sexta-feira, 11 de abril de 2008

Texto Colectivo

Quando se quer dar a conhecer uma cidade, o procedimento usual é compilar os monumentos e espaços públicos mais famosos e que se consideram mais representativos do local. Trata-se de uma deslocação/ transformação, de um espaço para um outro, de objectos em imagens, de uma adaptação a condições espaciais novas tendo em conta o corpo e as dimensões reais dos objectos.
Este trabalho posiciona-se num universo de investigação da relação entre factos científicos e a experiência empírica de momentos do quotidiano. Convulsões de formas que tendem a dissipar-se umas nas outras e que se revelam numa ambiguidade subtil.A recolha de material foi feita com base em critérios de importância subjectivos, mas a sua composição apoia-se numa estrutura piramidal fortemente hierarquizada. O que se apresenta resulta de um compromisso entre um corpo, três vitrines, imagens, o espaço de exposição, o suporte, o lugar, a pintura.
Pretende-se deste modo pôr em evidência a relação entre o que é dado a ver e o que se vê e o que se constroi mentalmente com o que se vê e o que é dado. Os fragmentos foram fotografados e reproduzidos em tela, procurando imitar as cores e a própria textura das paredes. Partindo da sequência original (1 1 2 3 5 8 13 21) interessa descobrir de que modo, numa circunferência, a sucessão apresenta um ponto de partida e um ponto de chegada num mesmo ponto, remetendo para a ideia de eterno retorno, de ciclo, que se repete ou se projecta até ao infinito. Partilha-se portanto um lugar, mas não um tempo.

As pinturas foram utilizadas na execução de vídeos que mostram o artista a transportar cada tela pelas ruas da cidade, em busca do local de onde foi retirado o fragmento que serviu de base à sua execução. Procura-se aqui aprofundar o carácter absurdo e algo non-sense que aparece, ocasionalmente, na explicação de certos fenómenos naturais, tais como um agrupamento particular de estrelas, a configuração de uma nebulosa ou de uma galáxia. Uma vez encontrada a sua localização precisa, a tela é colocada no sítio.

1 comentário:

Pedro Sousa disse...

Embora não possa comparecer nesta exposição o que vi, agrada-me ! Há coer~encia na abordagem dos temas pelos artistas!

parabéns!